sábado, 26 de fevereiro de 2011

Repassando a bomba !

Na mesma noite em que o resultado da ressonância saiu, mandei uma msg pras meninas em NY pra que não me esperassem. A Paula avisou a Sofia, sua sócia e minha amiga da época da faculdade de Psicologia. Minha história com a Sofia e com o Grupo DMRH no qual trabalho, é uma das grandes bênçãos da minha vida, e que merece um capítulo à parte.
Depois de se recompor, a Sofia me ligou, se oferecendo pra me ajudar no que fosse possível e me perguntou como eu queria lidar com a situação, respondi que acredito que quanto mais gente soubesse, mais gente rezaria pedindo a Deus por mim. E outra, não suporto cochicho, conversa de canto. Não matei ninguém, só tô com câncer, né?!
Imaginei que ela "contaria = falaria" pras pessoas se houvesse oportunidade, mas estamos falando de uma pesoa altamente tecnológica, com  um dos maiores networkings do Brasil, e extremamente comunicativa. Ela enviou um e-mail geral pro Grupo todo, ou seja pra mais de 150 pessoas que lá trabalham e que estavam em pleno feriado!!!! Apesar de ter ficado sem graça, isso foi o melhor que poderia nos acontecer naquele momento!

Eu sabia que as pessoas iam com a minha cara, mas não que gostavam tanto de mim !! Choveu e-mail pra Sofia, telefonema, , mal sabíamos nós o que viria pela frente. Todo mundo que soube e pôde, e que estava em SP se despencou pro hospital, era o celular, o telefone do quarto tocando, gente entrando e saindo , amigos de todos os cantos : da Mooca, do clube, do colegial, da infância, da apometria, do cabelereiro !!! O que foi mais do que perfeito, pois não tínhamos tempo de pensar, de ficar tristes, de sofrer...nem eu, nem a Jessie e nem minha Mãe ( a coitadinha ia todo dia com sua necessáire pra dormir, mas era despejada por alguma amiga que se disponibilzava pra ser minha comapnheira de quarto!!).

É o impacto da notícia no outro que é a parte mais complicada de administrar.

Quando uma coisa dessas bate à porta de alguém tão próximo, que vc nunca viu gripada, que está sempre de bem com a vida, de bom humor e que parece ser saudável, vem a certeza de que "pode acontecer com qualquer um, inclusive comigo". E esse medo faz subir uma barreira, que pode ficar intransponível, e que vem disfarçada de um  "não saber o que falar", que só piora a situação.

Sentia em algumas pessoas um certo receio de falar comigo, como se eu fosse uma bomba relógio prestes a explodir no primeiro contato. Alguns me relataram ter demorado pra me procurar pois não sabiam o que dizer, que não sabiam até mesmo como reagiriam me vendo. É claro que eu entendo, não sei se fosse comigo como eu reagiria. Mas de uma coisa tenho certeza: não ia querer deixar de me manifestar, dar um abraço apertado, dizer que estaria ao lado pro der e viesse.....qualquer coisa pra que o amor que eu sinto pelo outro pudesse ser maior que meu medo, mesmo que eu precisasse de uns dias pra digerir a notícia. Ninguém é perfeito, e convenhamos essa situação é delicada.

O carinho, o respeito, e a consideração  que me cercaram nos dias que se passaram desde que tivemos o diagnóstico foi tão avassalador que eu não tive vontade de chorar que não fosse de alegria, e de emoção. Nunca me senti tão amada, querida, e amparada!! E isso não acabou, porque de um jeito ou de outro, o carinho das pessoas se manifesta pra mim todos os dias, das maneiras mais variadas possíveis.

No final, a bomba explodiu em amor, carinho e compaixão.....obrigada a cada um e a todos vcs por terem colocado embaixo dos meus pés um chão mais forte pra eu caminhar!

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