segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Na imensidão do mar azul

Uma das pessoas que tem me dado uma ajuda e tanto é a Martha, ela é taróloga e profunda conhecedora da Fraternidade Branca, dos Mestres dos 7 Raios. Em uma de nossas conversas, ela disse uma frase que me tocou pela verdade e pela simplicidade: Se vc não entra em contato com as suas fraquezas, não conhece a sua verdadeira força.

Desde que eu soube que era câncer, pedi às meninas e à minha Mãe que falassem a palavra câncer e quimioterapia por mais difícil que fosse, pra que isso ficasse menor, porque se vc dá poder à doença, ela vira um monstro, e de monstro eu tenho medo, não dá pra lutar com ele. Mas pra doença, tem remédio.... não tem??

Até então, eu sempre falava que ia dar tudo certo, mantive uma atitude positiva diante da situação, mas em momento algum me dei o direito de pensar " Mas e se...? "
Meu Pai constumava dizer que a gente devia se preparar sempre pro pior, pois se ele chegasse a gente saberia o que fazer.

Assim, resolvi ir à praia....sozinha. Pra minha honra e glória ninguém quis ir comigo, a Jessie falou que ia, mas quando eu disse que queria ir comigo, ela não se opôs. Os anjos devem ter me ajudado. E assim lá fui eu, num sábado cedinho, janelas escancaradas, música gostosa, e paisagem fantástica ruma à Caraguá.
O fim de semana seria de paz,no cel phone, avisei as meninas que se quisessem falar comigo teriam que ligar pro caseiro, pois meu celular ia estar desligado. Quando cheguei o céu estava azul, o sol quente e o mar lindo como sempre. Pus o biquini ( apesar dos meus furos rss) e voei pra praia.

Gosto de tomar sol, a energia dele me preenche e me dá força como poucas coisas na vida.
O bom da praia do Capricórnio é que quando a lotação tá esgotada, tem 6 barracas, ela é deserta.
Quando cheguei tinham 2 barracas, de um lado um casal e do outro uma mulher. Fiquei no meio, com a minha cadeira esticada, estrategicamente mirando o sol, perto do mar e bem deitada. O mocinho imbecil ao lado, achou que aquele paraíso combinava com música tecno e rádio nextel . Juro por Deus que a minha educação quase rola junto com a onda, mas eu sou uma Lady acima de tudo e abomino baixaria. E no meu melhor momento os incomodados que se mudem, fui pra outra ponta da praia.

Conforme ouvía o barulho das ondas quebrando na beira, o zumbidinho gostoso do vento, e o calor do sol, um medo tomou conta de mim, e vieram à tona todos os pensamentos dos quais eu tenho fugido até agora.
E se o tratamento não der certo?
E se meu corpo não aguentar o tranco e com o passar do tempo não responder aos remédios?
E se eu não tiver mais forças pra trabalhar e sustentar a casa?
E se meu cabelo despencar, minhas unhas ficarem rouxas e eu ficar feia??
E se eu passar mal a cada aplicação de quimio, vomitando, tendo náusea, dor de cabeça e sei lá eu mais o que???

E foi assim, olhando para aquele mar azul, que eu me encontrei com meus maiores medos, aqueles que eu fingia que não existiam mas que estavam lá, criando força dentro do meu coração e esperando pacientemente por uma brecha pra entrar na minha vida e destruir minha esperança.

Entrei no mar, mergulhei, aproveitei o calor da água e do sol.....depois de chorar um pouquinho, fechei os olhos, me deixei envolver por aquela luz e pensei: . a diferença entre eu e qualquer pessoa no mundo, é  que eu tenho a certeza de que meus dias podem não ser tantos, e de que eu tenho mais uns poucos anos por vir, mas ....pra morrer basta estar vivo!

O que importa é como eu vou viver o tempo que eu tenho, e eu pretendo ser feliz, deixar de lado a insegurança da vida, viver dentro da minha verdade seja ela qual for, não me enganar pra fazer quem quer se seja feliz, aproveitar cada dia que Deus me dá como se fosse o último........porque pode ser! Ou não!
E principalmente, deixar pras minhas filhas a certeza de que cada dia é uma pequena grande bênção que Deus nos dá!

O alívio que esse mergulho dentro da imensidão de mim mesma me deu,  fez com que eu voltasse pra SP refeita, pronta pra quimio e pro que viesse junto!!!
E acredite se quiser, hoje é o 3o. dia depois da 1a. aplicação e eu praticamente não tive efeito colateral nenhum!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Home sweet home

Quando cheguei em casa do hospital, era hora do almoço e não tinha nada pra comer. Eu adoro cozinhar e costumo fazer comida no domingo pras meninsa comerem na semana, faço uns 4 pratos que costuma dar pra semana toda. Mas aquele domingo foi atípico e nem tinha me lembrado de que voltando não teria o que comer. A geladeira estava vazia, e isso não é força de expressão. Pedi à Jessie pra ir no quilo em frente ao
prédio pra comprar nosso almoço, como eu ia fazer depois...provavelmente pedir à minha Mãe um help.
Não foi preciso. Como se os anjos tivessem mandado recado a todos os que me visitaram, cada um que chegava vinha carregado. Eram sacolas de frutas, doces, bolos, iogurte, biscoitos, comida, sopa, salada, e como num passe de mágica em menos de 3 dias eu estava implorando pras pessoas pararem de me trazer coisas, pq meu freezer e minha geladeira não tinham mais lugar!!! Eu me senti a própria retirante quando cheguei e agora eu tinha comida pra pelo menos 01 mês. Sem contar com uma das sócias do Grupo e amiga, a Lara que se ofereceu pra me mandar comidinha todos os dias, inclusive de fim de semana, entregue por ela mesma.Tive que pedir pra ela parar, pois a quantidade de 1 dia dava pra 3!!!

Vc não tem idéia do que é se sentir amparada desse jeito. O que é se sentir abençoada no pior momento da sua vida......que pena que nem todas as pessoas que passam por isso, tem essa chance.

E mais uma vez, o telefone não parou, a campainha não deu trégua e a casa encheu. Não tinha tido tempo até então de ficar comigo, sozinha, pensar.... e sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia me fazer falta.

Abri minha caixa de entrada depois de 2 dias que voltei do hospital e pra que o povo se acalmasse, resolvi escrever um e-mail. Foi como decidi agradecer por todo o carinho e atenção que recebi, me emocionei muito com tantos e-mails que vieram como resposta, e quando finalmente voltei ao trabalho, na 3af. ainda assim, levei 1h30 pra conseguir abrir meu computador.

Mas sinceramente, nada como a casinha da gente...!!

Virando do avesso!!

Vc já parou pra pensar que é um nada??
Qantas vezes na sua vida vc teve a consciência da sua insignificância enquanto ser vivente??
Pois é, eu tive essa oportunidade no hospital durante os 5 dias de internação.

Diga-se de passagem eu fui extremamente bem tratada por toda a equipe do hospital São Luiz do Itaim, desde a recepção do PS até a saída do quarto, só tenho a agradecer todos eles!! Eles foram ótimos, mas me reviraram do avesso!!

É agulha pra pôr soro pra hidratar, pra limpar veia, pra dar remédio, pra tirar sangue, pra dar contraste, pra dar anestesia.........caraca não acaba mais??? Deixem meus buraquinhos em paz, pleeease!!

Aí  o Dr Antonio vem me contar que "vamos fazer uma biópsia do seu fígado" (depois da tamografia, do ulrtassom, da ressônancia, da colonoscopia, da endoscopia, da tomografia do tórax, da mamografia), sim sobrou coisa pra fazer, vamos lá disponibilizar essa barriguinha fofa!!!
Até aí tudo bem, vamos arrancar um pedacinho, já que esse é o único órgão do corpo humano que se recompõe ( eu sou resiliente até nisso rsss). Seria por laparoscopia, uma cirurgia tranquila, nem tão invasiva, e eu já tinha tirado o apêndice com o meu amigo Ricky, um super master blaster gastroque tem me dado um suporte enorme, e que estava em Marrocos quando dei entrada no hospital, mas assim mesmo acabou acompanhando tudo de lá junto a seu assistente aqui, o Dr. José Luis.
Combinei com o Dr. Antonio que iríamos aproveitar os buraquinhos já existentes na minha barriga, e manteríamos meu esmalte intacto (já que minhas unham haviam sido feitas pra irem à NY...hellooouu!!!) .

Assim sendo, entrei na sala de cirurgia tranquila. Quando saí, dei de cara com a minha sobrinha linda (minha 3af. filha, filha de coração) e meu eX- marido, Marcelo Alexandre, a quem eu tinha jurado ainda no PS que eu estava com o rotavirus. A Sofia se incumbiu de ligar pra ele. E foi muito bom, pois ele foi de um apoio especial pra mim e pras meninas, principalmente pra Jessie que estava comigo o tempo todo e achou um ombro pra se apoiar, o do Pai.
Descobri que haviam mais buraquinhos na minha barriga do que o previsto, eu já tinha 3, agora estava com 5! CINCO!! Se bebesse água ia vazar que nem chafariz, sabe aqueles desenhos do Pica-pau?? Minha barriga virou uma peneira!! Mas o que me deixou (inexplicavelmente) "ofendida" é que tiraram a vesícula também!!! Quando descobri que minha vesícula tinha ido pro lixo sem a minha anuência entrei em crise!!!
Como assim?? Depois de 47 anos juntas, nem me despedi???
Tudo bem que hoje me sinto uma louca falando isso, mas é verdade (acho que era efeito de muito anestésico, mas tinha que reclamar, sou boa nisso!)

Imagina que eu ia deixar passar quando o médico chegou no quarto pra me falar da cirurgia. Falei como se tivessem me tirado um lado do pulmão, nem dei bola pro fato deles terem tirado também as 3 bolinhas que estavam no meu estômago e que me deram aquela dor absurda. Na realidade, foi bom ter jogado a vesícula fora, não serve pra nada mesmo, já tinha uma pedrinha, e é próxima ao fígado. Sei....sei....mas e os furinhos??? Imperdoável, aquele monte de buraco na barriga, ele não cumpriu com o combinado......ah, mas meu esmalte ficou intacto ...ufffa!

Bright side ( sempre tem um): saí do hospital do avesso, mas com uns quilinhos a menos!

Repassando a bomba !

Na mesma noite em que o resultado da ressonância saiu, mandei uma msg pras meninas em NY pra que não me esperassem. A Paula avisou a Sofia, sua sócia e minha amiga da época da faculdade de Psicologia. Minha história com a Sofia e com o Grupo DMRH no qual trabalho, é uma das grandes bênçãos da minha vida, e que merece um capítulo à parte.
Depois de se recompor, a Sofia me ligou, se oferecendo pra me ajudar no que fosse possível e me perguntou como eu queria lidar com a situação, respondi que acredito que quanto mais gente soubesse, mais gente rezaria pedindo a Deus por mim. E outra, não suporto cochicho, conversa de canto. Não matei ninguém, só tô com câncer, né?!
Imaginei que ela "contaria = falaria" pras pessoas se houvesse oportunidade, mas estamos falando de uma pesoa altamente tecnológica, com  um dos maiores networkings do Brasil, e extremamente comunicativa. Ela enviou um e-mail geral pro Grupo todo, ou seja pra mais de 150 pessoas que lá trabalham e que estavam em pleno feriado!!!! Apesar de ter ficado sem graça, isso foi o melhor que poderia nos acontecer naquele momento!

Eu sabia que as pessoas iam com a minha cara, mas não que gostavam tanto de mim !! Choveu e-mail pra Sofia, telefonema, , mal sabíamos nós o que viria pela frente. Todo mundo que soube e pôde, e que estava em SP se despencou pro hospital, era o celular, o telefone do quarto tocando, gente entrando e saindo , amigos de todos os cantos : da Mooca, do clube, do colegial, da infância, da apometria, do cabelereiro !!! O que foi mais do que perfeito, pois não tínhamos tempo de pensar, de ficar tristes, de sofrer...nem eu, nem a Jessie e nem minha Mãe ( a coitadinha ia todo dia com sua necessáire pra dormir, mas era despejada por alguma amiga que se disponibilzava pra ser minha comapnheira de quarto!!).

É o impacto da notícia no outro que é a parte mais complicada de administrar.

Quando uma coisa dessas bate à porta de alguém tão próximo, que vc nunca viu gripada, que está sempre de bem com a vida, de bom humor e que parece ser saudável, vem a certeza de que "pode acontecer com qualquer um, inclusive comigo". E esse medo faz subir uma barreira, que pode ficar intransponível, e que vem disfarçada de um  "não saber o que falar", que só piora a situação.

Sentia em algumas pessoas um certo receio de falar comigo, como se eu fosse uma bomba relógio prestes a explodir no primeiro contato. Alguns me relataram ter demorado pra me procurar pois não sabiam o que dizer, que não sabiam até mesmo como reagiriam me vendo. É claro que eu entendo, não sei se fosse comigo como eu reagiria. Mas de uma coisa tenho certeza: não ia querer deixar de me manifestar, dar um abraço apertado, dizer que estaria ao lado pro der e viesse.....qualquer coisa pra que o amor que eu sinto pelo outro pudesse ser maior que meu medo, mesmo que eu precisasse de uns dias pra digerir a notícia. Ninguém é perfeito, e convenhamos essa situação é delicada.

O carinho, o respeito, e a consideração  que me cercaram nos dias que se passaram desde que tivemos o diagnóstico foi tão avassalador que eu não tive vontade de chorar que não fosse de alegria, e de emoção. Nunca me senti tão amada, querida, e amparada!! E isso não acabou, porque de um jeito ou de outro, o carinho das pessoas se manifesta pra mim todos os dias, das maneiras mais variadas possíveis.

No final, a bomba explodiu em amor, carinho e compaixão.....obrigada a cada um e a todos vcs por terem colocado embaixo dos meus pés um chão mais forte pra eu caminhar!

Believe it or not......it's cancer!

Até então, só quem sabia da minha internação era minha mãe, irmãos e a Martha e a Paula ( com quem eu iria pra NY).
Na noite em que fui internada, os médicos vieram falar comigo, estavam em 2 : Dr Francisco, assistente ( dono de um linguajar médico invejável pra quem entende sua língua!) e o Dr. Antonio (responsável pela área de gastro do hospital).
O Dr. Francisco veio com seu discurso do qual (eu que nem sei até hoje o que the heck é mitocôndrias) só aproveitei o "vamos ver se espalhou". Sim, e isso pq em momento algum ele usou a palavra tumor ou câncer. Mas convenhamos, esse espalhou não é referente à gripe, né?? Quando eles saíram do quarto, disse pra minha mãe, que dormiria comigo aquela noite: "Não vai sair coisa boa daí , temos que esperar pelo pior". E a coitadinha disse: " É, não deu pra ficar muito animada". Se aquela noite pegar no sono foi difícil pra mim, imagino pra ela. Eu sou a pessoa mais feliz do mundo pq quando entendi que o que ele tinha dito era que eu estava com câncer, pensei "ainda bem que é comigo, e não com uma das minhas filhas"!

O dia seguinte foi desgastante. Tenho um problema sério com me sentir presa. ODEIO. Simple as that. E era dia de fazer a Ressoñância Magnética, aquele exame tranquilo no qual te enfiam num sarcófago e te pedem pra ter calma. Come on!!!! Calma??? Respira fundo?? Com que ar??? O enfermeiro ainda me deu um headfone (que deve ter sido o 1o. fabricado no planeta Terra) pra usar e que parecia que tava me sufocando!! Eu fiquei lá dentro 1hora. A mais longa da minha vida. Fiquei de olhos fechados o tempo todo, só pisquei pra ver a (ha ha ha) altura do teto.Cheguei num ponto em que comecei a chorar de desepero mesmo, e eles colocaram Elton John pra ouvir. Não sabia que a finalidade do exame era me matar de desespero, mas naquele minuto entendi isso perfeitamente bem. Mas tudo bem, pelo menos era alguém lá dentrocomigo , nem que fosse o Elton! Aí o pobre enfermeiro, Erasmo, me pede pra (ha ha ha) levantar o braço pra aplicar o contraste (aquele líquido maravilhoso que faz vc se sentir assando por dentro). Levantar o que??? Quase entalo naquele túnel do mal!!! Quando senti meu cotovelo no "teto" surtei : "Moço eu vou entalar aqui, não vou sair nunca mias buááááá"  ....corajoooosaa.
Ele percebendo meu pavor, entrou no tubo, aplicou o contraste e ficou lá comigo, do lado de fora claro, nem uma mosca caberia naquele cubículo. Quando saí, tive uma crise de choro....choro de desespero, de medo, de angústia, de não saber quem seria eu depois daquele resultado. Tive que voltar assim que cheguei no quarto pra mais 15 minutos de tortura, mas dessa vez pedi pra me deixarem com o Elton.

À noite os médicos voltaram com o resultado do exame, a Jessica estava comigo. Lá vem o Dr. Francisco com seu linguajar médico, do que eu entendi perfeitamente: é um tumor maligno, vamos ver se não tem metátase. Quando ele acabou, olhei pro Dr. Antonio, que não me olhava, ficava quieto e sério; perguntei: "Então eu tô com câncer no fígado e agora vamos ver se não espalhou pra outro lugar??" Ele me olhou nos olhos e disse "é isso mesmo" , e aí eu entendi que doía pra ele como doía pra mim.

Não podia desabar, minha filha tinha recebido a notícia comigo, precisava do meu amparo. Ela se deseperou, não conseguia me olhar direito, o mundo tinha caído no chão e ela estava em meio aqueles pedacinhos sem saber como reagir. Não me ouvia,abanava as mãos como se estivesse espantando uma abelha que teimava em zumbir na sua orelha, pedia pra eu chamar a Stéphanie, minha filha mais velha que estava trabalhando em Ilhabela, acompanhando tudo à distância desde que entrei no hospital. Liguei pra ela e logo perguntei com quem estava, ela precisaria de alguém quando desligasse o telefone. Ela chorou com  a mão na boca, tentando se controlar pra me dar força , tentando tirar de dentro dela o que não tinha naquele momento. Não me lembro de ter passado por nada mais difícil do que ter que dar essa notícia pras minhas meninas, nem quando contei a eles que meu Pai tinha morrido.
Nessa noite rezei muito e pedi a Ele que ficasse com elas, não as desamparasse e as colocasse em seu colo. No dia seguinte, depois de terem conversado entre si, passado a noite cercada de amigos, uma deu força pra outra e as 2 me deram toda força do mundo e que era tudo o que eu precisava.......porque believe it or not, it's cancer! E nada vai mudar isso.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Que NY que nada!!

Alguma coisa não me soou bem quando a Martha e a Paula me convidaram pra ir à NY com elas em janeiro, não sei, mas lá no fundo do meu coração ouvi que não era pra eu sair daqui nessa data. Mas vamos combinar que é melhor ser meio surda nessas horas, tô falando de NY, my favorite town in the world!!!i

Janeiro chegou, estávamos mais do que empolgadas pra morrer de frio e ver museu. Um dia antes, uma dor forte no estômago me levou pro hospital. Sou boa de dor, já consertei perna quebrada em 5 lugares sem anestesia, já tive 2 partos normais ( calma, com peridural, não falei que sou a Mulher Maravilha) e não sou chorona.....aliás, sou Capricorniana com ascendente em Câncer, essa melação de chororô me dá no saco (sorry for the words). Mas definitivamente a sensação de fechar meu est6omago à vácuo foi um tanto quanto insuportável!! O médico achou que podia ser vesícula, me mandou pra um ultrassom. O ultrassonografista viu umas bolinhas em cima do estômago, "Vamos investigar mais!!" , e dá-lhe tomografia. Só que depois da tomo, o médico disse pra Jessica minha filha, e pra Paula ( amiga de NY) que ele seria irresponsável se me deixasse sair do hospital. Adivinha o que eu pensei??? Ferrou !!!

E assim NY ficou pra próxima vez, mesmo com a tentativa delas de adiar a minha passagem....a gente ficou muito triste, ia ser super divertido, as 3 estavam na maior animação.....esse estômago não podia doer depois de 10 dias, qual ia ser a diferença pra ele que nem sabe o que é um relógio, uma cidade, um avião??? Nenhuuuma !!!

Shit happens!!!
E assim passei 5 dias no hospital, bem longe de NY e de tudo o que eu conhecia até então como minha vida.